Enfim, cedi! Cedi aos comandos supersônicos da máquina, à imagem automática das palavras para o mundo. Sou Blog! Liris Letieres
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Um dia num parque
(Liris Letieres)
No semblante sereno de um homem no parque, descobri ao olhar com mais afinco a cena, o motivo de tal serenidade.
Sentado próximo ao homem, brincando, em contato com seu universo infantil, estava uma criança.
Percebi que, a cada olhar que o homem remetia à criança, seu semblante mais sereno se tornava.
Podia-se até ouvir seu coração:
- Ele está aqui, está bem, como o amo!
Num determinado instante, como que por mágica, a face deste homem transfigurou-se quase que completamente.
Virei-me imediatamente para saber o que ocasionou tamanha metamorfose.
Vi a criança, objeto de seu olhar, em lágrimas abundantes. Não sei se logo após ou se ao mesmo tempo em que reagia com a face, o homem correu ao seu encontro.
Sei apenas que, num átimo de segundo, a criança já se encontrava sob seus cuidados.
Sentei-me a fim de assistir ao desfecho dessa cena, adiantando-me a pensar:
- Que sentimento é esse que tornou esse homem tão vulnerável, suscetível, emotivo e valente ao mesmo tempo?
Como que por resposta a minha indagação, ouvi entre soluços a criança a dizer:
- Fiquei com medo. Não o estava vendo meu Pai,,onde você estava?
Quase que respondendo à criança, pensei:
- “Ele estava tão perto, tão próximo a você, que nem percebeu que vocês eram um só”.
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