terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Entre duas (ou mais) dores

Entre duas dores
Liris Letieres

Hoje trafego entre duas dores: uma dor de cabeça virada nos 30 e uma dor melancólica, emocional...
Na dividida, a “bola” tá com a cabeça.
A dor física supera, mesmo que por instantes, a dor moral, a dor emocional.
Mas só por instantes.
A merda toda é que a dor perene é a que está camuflada, escondida, no lugar mais secreto, nos cafundó da gente, na ALMA. E esse pique-esconde, com o passar do tempo, fica difícil administrar. O corpo não colabora muito, a mente, mente que entende e não saca zorra nenhuma! E a gente vai levando...
Me passa um dorflex alguém!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Sentada na escada
No meio da passagem
O braço fecha a guarda
Pra tudo que ali passa.....

(...)

(...)
Liris Letieres

Um parágrafo inteiro pra se dar tempo, pra pensar no que palavrear, pra ganhar tempo...
Tempo que se esvai cínico, rindo-se todo de mim que não acho sequer, um monossílabo pra me descrever hoje...
E olha que coincidência!
Estou eu, diante de 3 dicionários me olhando horrorizados pela negligência com a língua portuguesa. Amontoados, amotinados, ao lado da CPU! Incompetentes, inúteis comigo.
Tento na verdade referir-me ao que nunca disse antes, e sei que não direi...
Pelo menos ainda...
O "ainda" me dá uma alegria de que...
- Ah! Um dia ela se reta mesmo e dana a falar o que guardou mal embalado, jogado no montueiro de seus segredos!.
O RETORNO DE JEDI!
Liris Letieres


Voltei a escrever.
Voltei a escrever como quem volta para o seu antigo terapeuta e pensa baixinho, soturno:
- É, não fui muito longe sem você...
Talvez nem tenha alcançado as minhas esquinas, não fui muito longe...
Talvez, fizesse menção de um pulo de muro (mureta, tá certo) arriscado passadas mais largas, sozinha, sem companhia. Mas deparei-me com um fato:
Preciso de minhas palavras. Preciso delas, caminhando ao meu lado, regurgitadas, gritadas, mudas, mancas, mas profundamente companheiras. Que se rasgam em versos bêbados de meus dias trôpegos, na tentativa de reconfortar-me em berço (nem sempre esplêndido). Produzindo a cada verbete um ninar sereno de mim mesma, em meus próprios braços.
Acalentando-me...
Aquietando minha alma...
...
Quase ouço uma canção de ninar...
Percebi que preciso das palavras de almas irmãs que, como eu, alimentam essa fera/bela, essa dependência enletrada, enlatada em versos, por vezes tão ensimesmados... Essas almas impenitentes.
Voltei a escrever.
Voltei a escrever como filho pródigo, com saudades do cheiro verde das palavras nem sempre maduras, com a felicidade de amantes que por tempos incontáveis não se encontram e que se enlaçam, se enredam um no outro, como se tudo fora apenas um lapso no tempo.
Alegrando meus dias...
Fazendo estardalhaço em minha alma!

Um dia daqueles!(é eu também tenho)

Um dia daqueles!
Liris Letieres


Hoje minhas palavras estão rareando...
Quase não despencam da boca.
Preguiça...
Um mau humor de despachante de repartição!
Retaliação à língua portuguesa!
Tá , tô de greve!
Nada planejado, apenas uma vontade imensa, de não ter vontade de falar.
Vixe! TPM, será? Mesmo desuterada?
Vai saber!
Greve da boca (embora a boca, o dia inteiro, não parasse de comer tranqueira).
Preferia engordar de palavras secas!
Ah! Balança mardita! Tenho um medo de me pesar nas balanças das farmácias que me pelo! Elas ficam ali, me olhando, magrelas...
Parecem dizer: Vem cá ! Se pesa se é macha!
Finjo que não é comigo, compro uns comprimidos de dorflex e me pico!
Sei lá, elas podem estar de mau humor como eu e marcarem uns quilos a mais, de pura sacanagem né?
Aí, já sabe, não tem auto-estima que se erga!
Ê, dia insosso!
Mas amanhã, deixe comigo! Boto pra correr esse humor de caixa de banco do Bradesco, e aí vocês vão ver:
Renascida das cinzas feito ave Fênix!Uma verdadeira hiena sorridente! Mais disposta que menino propaganda do verão da Skol!
Yeh, yhe!
Dia de Polyanna às avessas todo mundo tem, ora!