domingo, 30 de março de 2008


Presságio no orvalho
Liris Letieres

Vi na poça de orvalho da folha verde
O inicio, o comecinho da estrada dos 7 dias
Ela desceu dos braços mornos de uma rede
E quem via, fazia gosto o tanto que seu olhar sorria.

E a manhã cheirava a café passado em coador de pano
A semana ela começou sem fazer sequer um plano
Descalça, enxerguei com o canto do olho ela dançar
Nem ouvia as horas do tempo tolo a lhe chamar

E assim se passavam as manhãs, as tardes, os dias
E a menina azul, bordava o destino que amanhecia.

Para minha prima Aline, um desejo de uma linda semana!

p.s. Lá em cima são os pés de Aline em repouso merecido.

segunda-feira, 10 de março de 2008


Metaverso
Liris Letieres


Vivo a criar metas pra vida
Numa insana logística
Como as torno inatingíveis
Corro pra metalingüística

Falo do ato da minha fala
Escrevo como eu escrevo
Pinto um quadro que se pinta
Sem saber se ao menos devo

Vejo filme que fala do filme
Leio livros de gramática
Vou aos poucos me tecendo
Nessa história dogmática

Recorro ao imperativo
Imponho me conhecer
Me escrevendo presunçosa
Com fome de me entender

E o tempo passa assustado
Mas não morrerei à míngua
Mastigo em última instância
Um dicionário da língua