sábado, 5 de julho de 2008


Despedida
Liris letieres

Pelas ladeiras desciam em fio
Os gestos, os olhares
Que foram um dia tão cheios de amores, seguiam vazios
No oco, no nada de mim
Sem você
Meus olhos seguem às margens
As marcas, miragens antigas
De extintas paisagens
Eu vejo o que perco, me encontro no cerco
De tudo que não sobra em mim
Sem você

Sigo vadia, sozinha, meus rastros
Histórias tão cheias de mim e você
Que agora adormecem
Nos olhos estranhos de alguém

Sobram dias
E eu aqui, deslocada
Figurante de uma cena cortada
Em noites sozinhas
Tão frias, distantes de um fim.

De mim escorre você...
De mim escorre você...

2 comentários:

Muadiê Maria disse...

que saudade!

Anônimo disse...

Poxa, uma das grandezas do poeta é saber escrever justamente o que acontece na intimidade de todo mundo. Quem nunca passou por isso, que essa música canta??? Só se ainda não viveu.
Líris, por favor, não se cale jamais.